Mãe



Eu amo a minha mãe!
Gostava que ela soubesse  e sentisse isso a 100%!
Às vezes acho que a correria da vida não me permite expressar o quanto eu a amo!
A nossa história foi complicada. A minha mãe casou com 40 anos. Eu nasci quando a minha mãe tinha 42 anos. Até aos 11 anos só ia para casa aos fins de semana. Ficava em casa das minhas tias solteiras. A minha mãe trabalhava por turnos e muitos vezes fazia horas extras.
Quando fui viver todos os dias com os meus pais, era uma pré adolescente, com todos os dramas e ódios próprios dessa fase. Eu não conhecia os meus pais, eles não me conheciam. Estava habituada a pedir colo e mimo à minha tia, não há minha mãe. Discutia quase todos os dias com ela. Lembro-me que a dada altura tive que ler para a escola, o Diário de Anne Frank. Foi aí que a minha relação com a minha mãe mudou. Já não sei bem  porque, mas a minha carapaça de adolescente foi ficando mais permeável. 
Com os anos, a minha mãe foi-se tornado a minha melhor amiga. Uma mulher que admiro, pela sua coragem, frontalidade, meiguisse, desenrascanço. Consigo, hoje em dia, perceber as suas limitações, próprias de quem tirou apenas a 4ª classe, começou a trabalhar com 11 anos, ajudou a criar 8 irmãos, de quem nunca viajou muito, dedicou a vida à família e à filha, e agora à neta. Consigo, hoje, não ter vergonha, mas um orgulho enorme nela! 
A minha mãe tem 70 anos, ainda tem muito vida pela frente! Um dos meus maiores medos, por volta dos 20 anos, era não ter uma filha a tempo. A tempo de conhecer a avó, a tempo de ser mimada e estragada por ela, porque acredito mesmo que amor de avó deve ser o mais doce de todos.
Quero agora que a vida, Deus, permita que a minha mãe acompanhe a Helena o máximo de tempo possível. Agora tenho medo que a minha mãe não tenha um papel tão marcante na vida da Helena, como tem na minha.
Eu amo a minha mãe! 

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